Considerado o único �fiorde� do Brasil � por lembrar os golfos escandinavos, com a única exceção de estar a milhares de quilómetros de uma geleira e de ser cercado por uma floresta tropical -, o Saco de Mamanguá é um braço de mar de oito quilómetros a invadir uma região de mata virgem e pouco explorada. Um paraíso onde se chega apenas de barco. Aqui, a água do mar tem uma cor verde-esmeralda que encanta e hipnotiza, como um espelho a refletir o verde das montanhas exuberantes em seu redor.
Localizado a quatro horas de São Paulo e a três do Rio de Janeiro, no litoral de Paraty, Mamanguá tem uma paisagem ainda primitiva, que provoca em quem chega a sensação de esquecer-se de si próprio e onde o silêncio do mar tranquilo parece ser uma oração em louvor da Natureza. Aqui pode passear de barco, remar, velejar, praticar caiaque, fazer caminhadas ou tomar banho de cachoeira. Tem tudo para fazer, mas, ao mesmo tempo, não existe nada construído pelas mãos do Homem.
No total, o golfo estreito e de águas cristalinas tem cerca de dez metros de profundidade, 1,5 quilómetros de largura, oito de extensão, 33 praias, duas ilhas e 12 rios. Por ter uma geografia diferente das praias oceânicas do Nordeste e Sul do Brasil e ainda não ter sido explorado como uma região litoral de Angra dos Reis � com as suas ilhas de famosos e milionários, também de belíssimo recorte, no litoral fluminense (mas não tão primitivo) �, Mamanguá tornou-se um refúgio de, ainda, pouquíssimos e privilegiados ricos, que querem sossego e distância de pessoas, principalmente, de fotógrafos.
Os donos das mansões deste local procuram manter sob sigilo as suas moradas e há os mais privilegiados que chegam a Mamanguá de helicóptero. A passagem por lá, ou pelas ilhas de Paraty, de saveiro ou lancha, é roteiro certo de celebridades brasileiras, como Cássia Linhares e o marido, empresários, Fernanda Young, Rodrigo Hilbert e Fernanda Lima.
Foi no Saco de Mamanguá que a produção do filme �Amanhecer� filmou a terceira saga da trilogia de �Crepúsculo�, com Robert Pattinson e Kristen Stewart, ou seja, a casa onde passaram a lua-de-mel. Próximo dali, na praia de Jurumirim, existe uma casa construída pelo navegador Amir Klink.
Durante o dia, o ideal é ficar a apreciar a paisagem inigualável e a sensação de estar ali, dentro de um estreito de mar cercado de florestas e mistério. Só aí o turista pouco habituado à proximidade com as florestas tropicais consegue sentir-se quase em terras de �Avatar�. Mas como ficar parado diante de tanta beleza a ser explorada e se as praias de águas tranquilas esperam e convidam aquele que chega para uma desintoxicante caminhada? Lá, um dos anfitriões de Mamanguá, Luca, personagem já conhecida dos privilegiados que se hospedam na pousada Mamanguá Eco Lodge, encarrega-se de levar pessoalmente o visitante até ao Pico do Pão de Açúcar.
Para chegar ao pico do Pão de Açúcar são precisas duas horas de caminhada pesada, de subida lenta, mas plenamente possível até para os mais gordinhos... ou menos em forma. Luca trata de todos os detalhes, como levar a água mineral e, principalmente, de trazer tudo de volta, devidamente ensacado. Ele é, mais do que um apaixonado pelo lugar, um dos que zelam por manter o equilíbrio ecológico do local. Ao avistar todo o litoral lá de cima, não há dúvida: é mesmo a visão do Paraíso.
Fiorde tropical
Mais em baixo, mais caminhadas por entre pedras esperam por aqueles que têm fôlego. Pode também escolher, e sem pressa, um passeio de barco, lancha, caiaque, barco à vela, ou mesmo ir de barco até o manguezal, conhecer caranguejos enormes e se aventurar por outro caminho que dá acesso
a uma cachoeira.
A mata preservada, os manguezais, a cachoeira e as formações rochosas fazem da paisagem intocada uma das mais admiradas da região. A partir daí, é conviver com uma explosão de cheiros e cores diferentes em muitos outros passeios pela mata atlântica. Para chegar ao mangue vai-se de barco a motor até determinado ponto, depois, é preciso desligar o motor e ir a remar, por ser uma área de paisagem protegida.
Descendo do barco, começa-se uma pequena caminhada por dentro da mata e passa-se por uma aldeia indígena, já pouco habitada. O local é reserva de caranguejos. E como lá Deus é ainda mais bonzinho (como dizem os brasileiros), no final deste caminho o visitante chega a uma cachoeira para um banho refrescante, que parece ter sido criada para isso mesmo. Mas atenção, é preciso ficar atento ao horário do regresso, porque a maré baixa e o barco depois não consegue sair de lá.
Noutros passeios de barco é possível visitar as comunidades locais, para aprender um pouco mais sobre a cultura tradicional caiçara dessa região especial e conversar com o senhor Dico, o maior artista da região, que constrói � com madeiras � barquinhos, casas, peixes e todo o tipo de artesanato utilitário para o turista. As peças � bem diferentes de todos os outros tipos de artesanato �, cujas cores fortes e cítricas explodem num tropicalismo e alegria latentes, são a cara do povo caiçara, que habita este local: uma miscigenação de índios, portugueses e europeus, que data da colonização.
A cozinha deste local é um capítulo à parte nesta viagem ao Olimpo. Moquecas de peixes, camarões, lagostas, farofas e as misturas com fruta fazem as delícias da culinária caiçara, uma atração tão convidativa quanto apreciar um pôr-do-Sol na praia, ao cair da tarde, ou o amanhecer dos pescadores. A cozinha do Mel reserva ainda outra surpresa, motivo de alegria para os visitantes: o talento do chef Carlos, cujos pratos deixam todos encantados e deliciados.
Mamanguá é tão protegido da ação do Homem, que, até hoje, não chegou ali a luz elétrica. A energia é conseguida através de geradores e de energia solar. Pela noite dentro utiliza�se a luz das velas, uma vez que depois das 22 horas, já não há gerador. Ideal para uma boa conversa após o jantar, regado de bebidas tropicais e uma boa cachacinha mineira com laranja-lima-da-persia.
Mamanguá é tão protegido da ação do Homem, que, até hoje, não chegou ali a luz elétrica. A energia é conseguida através de geradores e de energia solar. Pela noite dentro utiliza�-se a luz das velas, uma vez que depois das 22 horas, já não há gerador. Ideal para uma boa conversa após o jantar, regado de bebidas tropicais e uma boa cachacinha mineira com laranja-lima-da-persia.
Mamanguá Eco Lodge (MEL)
O hotel mais famoso e ecológico do Saco do Mamanguá é o Mamanguá Eco Lodge (MEL). Está instalado num pedaço preservado de tranquilidade e cercado de belezas por todos os lados. A praia, de areia fina, mistura na sua geografia um cordão de pedras grandes, que alegram os caminhantes. No hotel também há uma piscina de água natural. Para Luca, é importante que o hóspede do Mamanguá Eco Lodge (que tem dez quartos) não tenha a sensação de estar num hotel. �A ideia é fazer com que o hóspede e visitante se sinta como na sua própria casa de praia ou na casa de um amigo. São grupos de 30 pessoas no máximo, que acabam por se unir para os passeios e conhecerem-se melhor. Almoçamos e jantamos juntos. Aqui a convivência entre os hóspedes é sempre calorosa e nunca fria.�
Pousada do Ouro
O elenco e a equipa de produção de Amanhecer ficou hospedado na luxuosíssima Pousada do Ouro, onde as diárias para as suites mais luxuosas, localizadas próximas da piscina e de onde é possível avistar o mar e parte da cidade histórica, são muito elevadas. A suite principal possui dois ambientes: um hall de entrada e quarto com televisão a cabo, frigo-bar e secador de cabelo. O hotel, instalado num casarão do século XVIII, conta ainda com sauna, bar e um SPA.
Chalés da Lenira
Refúgio Mamanguá
Casa com quatro dormitórios (duas suites)
Casa com três dormitórios (uma suite)
Restaurante do Orlando e Maria
Praia do Cruzeiro
Aqui é onde se inicia o trajeto para o Pão de Açúcar. Antes, pode-se encomendar o almoço. O Orlando possui uma embarcação para buscar clientes à praia de Paraty-Mirim.
Restaurante do Zizinho
Comunidade Ponta do Leão
Restaurante em costeira, com vista para o morro do Pão de Açúcar. Possui um acesso para embarcações. O Zizinho é um dos moradores mais antigos do Mamanguá e gosta de uma boa conversa.
Restaurante do Dadico ou Bar das Ostras
Comunidade Pontal da Romana
Restaurante em costeira, ao lado de uma pequena praia. Costuma ter ostras frescas.
Pousada e Restaurante Eco Lodge
Praia Grande
Restaurante e pousada na praia Grande do Mamanguá, com local para embarcações. O chef Carlos prepara pratos a base de frutos do mar da região e, também, vegetarianos e naturais.
Restaurante do Maneco
Praia do Cruzeiro
Restaurante da Dona Gracinha e Juray
Comunidade do Regato
Não está localizado à beira-mar. Comida feita no fogão a lenha.
Há outros refúgios em Mamanguá, de propriedade das famílias caiçaras que vivem no lugar. Eles alugam quartos ou as próprias casas, com uma construção de estilo simples e rústica. O lugar é uma boa oportunidade para conhecer a rotina das 120 famílias, que ainda vivem da pesca e do artesanato na área. A maioria não tem iluminação elétrica, mas tem aquecedor a gás. � só entrar no ambiente e encarar o inconveniente como oportunidade para românticos jantares à luz de velas.
Algumas famílias caiçaras abriram os próprios restaurantes, os únicos da área, que são de uma simplicidade espartana, mas de comida honesta. Toques de autenticidade pelos quais os ricos, mesmo os muito ricos, também são fascinados.
Moeda
Real
Idioma
Português
Documentos
Passaporte com validade mínima de seis meses, a contar da data de regresso. Cidadãos portugueses não necessitam de visto para estadias inferiores a três meses.
Fuso horário
- 4 horas
Verão: Quente e chove bastante. São comuns pancadas rápidas de chuva a meio da tarde. Temperaturas: Entre 23� e 38� C.
Inverno: Chove menos, porém, quando a chuva chega, costuma ficar durante alguns dias. A temperatura desce um pouco, mas nada que uma blusa leve não proteja. Temperaturas amenas, entre os 12� e os 27� C.