Desconhece‑se a data exacta do seu descobrimento, mas sabe‑se que caravelas portuguesas fizeram o reconhecimento do litoral de Santa Maria, em 1427, e que Gonçalo Velho Cabral, navegador ao serviço do infante D. Henrique e freire da Ordem de Cristo, lançou ferro nesta ilha e foi, mais tarde, o seu capitão‑donatário.
Em 1439, começa a ser povoada, tendo os primeiros pioneiros assentado arraiais na Praia dos Lobos, ao longo da Ribeira do Capitão. João Soares de Albergaria, sobrinho do primeiro capitão‑donatário e seu herdeiro, deu um novo impulso ao povoamento de Santa Maria, trazendo famílias do continente, sobretudo algarvias.
Até ao final desse século, Santa Maria registou um grande desenvolvimento e o primeiro foral de vila nos Açores foi concedido à localidade do Porto, desde então denominada de Vila do Porto.
Tal como outras ilhas do arquipélago, a prosperidade de Santa Maria assentou, até final do século XVIII, no cultivo e no comércio de urzela e pastel; este era considerado o melhor dos Açores e existia em abundância. Paralelamente, a agricultura baseava‑se também na cultura do trigo, que tinha procura no continente e abastecia as praças‑fortes portuguesas do Norte de África.
A proximidade com as costas da Europa e da África trouxe‑lhe, em 1493, a visita de Cristóvão Colombo, no regresso da primeira viagem à América, em cumprimento de promessa religiosa e procura de víveres.
Considerado vulgar pirata, foi preso, às ordens do governador da ilha, até completo esclarecimento das razões da sua vinda. Os verdadeiros piratas vieram, nos séculos XVI e XVII, com os ataques de corsários ingleses, franceses, turcos e argelinos, que, apesar das fortificações construídas, efectuavam razias, incendiavam, pilhavam e levavam os habitantes prisioneiros, como escravos e reféns. Em 1616, a ilha é ocupada, durante cinco dias, por piratas marroquinos, que, em 1675, praticavam inúmeras atrocidades, chegando a flagelar alguns habitantes.
Dedicando‑se à agricultura, em que predominam vinhedos, trigo, milho, batata, inhame, pomares, à pecuária e aos lacticínios, Santa Maria atravessou, sem sobressaltos, os séculos XVIII e XIX, se exceptuarmos a presença de um contingente de jovens da ilha entre as tropas que participaram no desembarque, no Mindelo e no cerco do Porto, em 1832, durante as lutas liberais e miguelistas.
O século XX, principalmente a partir da Segunda
Guerra Mundial, foi uma época de progresso para
esta ilha. Em 1944, foi construído o aeroporto
internacional, de grande valor estratégico durante a
guerra e ponto de escala obrigatório nas travessias
atlânticas, até finais da década de 60. A introdução
de novos modelos de aviões, com maior autonomia
de voo, tem vindo a reduzir o tráfego no aeroporto,
mas o futuro da ilha é encarado com esperança, com
o
adequado aproveitamento dos seus recursos naturais e posição geográfica.
Situada a cerca de 55 quilómetros a sul de São Miguel, Santa Maria oferece uma grande variedade de paisagens, possui praias magníficas e o clima é o mais ameno dos Açores.
Na costa sul fica situada a capital, Vila do Porto, que é formada por uma longa rua ao longo da baía. A oeste, está situado um grande planalto, seco e plano, onde se situa a pista de aterragem construída durante a Segunda Guerra Mundial. Mais a norte, fica Anjos, uma vila piscatória, onde uma estátua celebra a visita de Cristóvão Colombo, aquando do regresso do Novo Mundo. Ao lado, ergue‑se a Capela da Mãe de Deus, a mais antiga dos Açores.
Na costa leste, não deixe de visitar Santo Espírito e admirar a fachada barroca da Igreja da Nossa Senhora da Purificação: as decorações da fachada são feitas de lava solidificada. Se visitar Santa Maria no Verão, deve visitar também a Baía de São Lourenço, um pouco mais a norte, e apreciar a meia‑cratera, coberta de vinhedo.
O povoamento de São Miguel teve início em 1444, depois do infante D. Henrique ter mandado lançar gado em sete das ilhas do arquipélago. A sua capitania foi entregue a Gonçalo Velho, cavaleiro e frade da Ordem de Cristo. Os primeiros habitantes provieram das províncias da Estremadura, Alto Alentejo e Algarve, vindo juntar‑se, mais tarde, madeirenses, judeus e mouros e, possivelmente, franceses (tradição presente no nome da Freguesia da Bretanha).
A fertilidade do solo e a posição geográfica entre a Europa, a África e a América contribuem para uma rápida expansão económica, centrada no cultivo do trigo (que se exportava para as guarnições portuguesas das praças do Norte de África), da cana‑de‑açúcar, das plantas tintureiras pastel e urzela (exportadas para a Flandres), no vinho e nos lacticínios. Um século mais tarde, a batata‑doce, o milho, o inhame, o linho e a laranja ampliam a produção agrícola da ilha.
Nos séculos XVI e XVII, a ilha foi vítima de ataques de corsários franceses, ingleses e argelinos, tendo sido ocupada por tropas espanholas em 1582, depois da derrota, frente a Vila Franca do Campo, de uma esquadra francesa, em que combatiam também portugueses, de apoio a D. António, Prior do Crato, pretendente
ao trono português.
Com a Restauração, em 1640, São Miguel recuperou a sua posição de centro comercial, desenvolvendo contactos com o Brasil, para onde seguiam colónias de emigrantes.
O comércio e a exportação de laranja, principalmente para Inglaterra,
trouxeram a São Miguel, desde o final do século XVIII, uma grande prosperidade.
Uma doença exterminou os laranjais a partir de 1860, mas, rapidamente, a capacidade de iniciativa local introduziu novas culturas – tabaco, chá, espadana, chicória, beterraba, sacarina e ananás, que garantiram a sobrevivência económica e a que veio juntar‑se, com o correr dos anos, diversas indústrias e o incremento da pesca e da pecuária.
Hoje, São Miguel, um dos centros de decisão política e administrativa da Região, é uma ilha com uma economia diversificada e em franco progresso.
A capital, Ponta Delgada, é um bom ponto de partida para passeios costeiros ou para excursões aos lagos e às velhas crateras vulcânicas e nascentes termais do interior da ilha.
Sete Cidades
No extremo ocidental da Ilha de S. Miguel, o esmeraldo anil de uma lagoa lembra lendas inúmeras de Sete Bispos e Sete Cidades consumidos pelo fogo de Sete Vulcões. A Caldeira tem 12 quilómetros de circunferência e, nalguns locais, as paredes descem a pique por mais de 300 metros. Em dias límpidos, a cratera vê‑se melhor a partir do miradouro da Vista do Rei. No fundo da cratera fica a povoação de Sete Cidades e três lagos verdes, separados por uma fina faixa de terra.
Lagoa do Fogo
No centro da Ilha de S. Miguel, descendo por um tapete de macia leiva até uma praia de areias espantosamente brancas, uma enorme cratera, ladeada pelo mar, de um profundo azul a norte e brilho a sul, esconde a longa e oval Lagoa do Fogo.
Esta lagoa foi formada nas montanhas centrais da ilha por uma erupção vulcânica, em 1563. Em dias soalheiros, a praia de areia fina é um local aprazível para piqueniques.
Furnas
Hidrópole universal, com uma lagoa rasgada por entre jardins e florestas, que nos fazem lembrar os contos de embalar das nossas avós, de génios e fadas povoadas, muitas flores, água, águas minerais, termais, água que se recomenda para toda e qualquer maleita, que rejuvenesce e consola a alma.
São o local perfeito para admirar a actividade geotérmica açoriana e as Caldeiras das Furnas, espalhadas pela localidade, permitem ver os jactos de vapor e nascentes borbulhantes de águas e lamas terapêuticas.
Os terrenos vulcânicos da margem norte da Lagoa das Furnas são tão quentes que aí é cozinhado o famoso cozido das furnas, um prato de carne e vegetais, colocados em grandes panelas enterradas no chão, onde fervem durante cinco horas.
Igreja de São Sebastião
No Largo da Matriz de Ponta Delgada, situa‑se a Igreja de São Sebastião. Construída em 1553, possui um portal com características manuelinas e uma sacristia decorada a painéis de azulejos e mobiliário do século XVII.
Praça 5 de Outubro
Ainda em Ponta Delgada, não deixe de visitar esta
praça, com inúmeras árvores, e o Forte de São Brás, fortaleza renascentista, construída numa saliência sobre o mar e restaurada no século XIX. A praça alberga ainda o Convento da Esperança, o centro das festas em honra do Senhor Santo Cristo dos Milagres, representado numa imagem com uma túnica vermelha decorada a diamantes e ouro; ao seu lado, estão expostos outros tesouros religiosos, que incluem relicários, custódias e jóias.
Museu Carlos Machado
Nas instalações do antigo Mosteiro de Santo
André fica o principal museu dos Açores, o
Museu Carlos Machado. No seu espólio, podem
apreciar‑se inúmeros artefactos, que representam
as actividades pesqueiras e agrícolas das ilhas.
A ala de História Natural exibe inúmeros animais
embalsamados, peixes, esqueletos e uma enorme
maquete da ilha a três dimensões.
Parque Terra Nostra
Os jardins das Furnas foram criados no século XVIII por Thomas Hickling, um próspero mercador de Boston. Cobrindo cerca de 12 hectares, ganhou, mais tarde, a designação de Parque Terra Nostra e nos seus jardins reside uma rica colecção de árvores e plantas, incluindo hibiscos e hidrângeas (as populares hortênsias), assim como uma bizarra piscina de águas quentes e amareladas.
Ilhéu de Vila Franca
Situado nas proximidades da Vila Franca do Campo, é uma Reserva Natural que dista cerca de 1 quilómetro da costa, existindo transporte regular, sobretudo no Verão, para quem o queira visitar.
Hotel Colombo
Lugar da Cruz Teixeira, Vila do Porto
Hotel Praia de Lobos
Rua M. Assunção, Vila do Porto
Hotel Santa Maria
Rua da Horta, Aeroporto, Vila do Porto
Apart. Turísticos Mar e Sol
Praia Formosa, Vila do Porto
Atlântida
Rua Teófilo Braga, Vila do Porto
O Ilhéu
Rua Teófilo Braga, Vila do Porto
Pipas
Rua de Olivença, Vila do Porto
Canoa
Vila do Porto
O Jorge
Vila do Porto
O Paquete
Vila do Porto
Praia Formosa
Vila do Porto
A Candeia
Vila do Porto
Lugar dos Anjos
Local onde desembarcaram, pela primeira vez, os homens de Cristóvão Colombo. Para além da ermida que recorda estes tempos, existe também uma zona de lazer com piscina natural.
Baías da Praia, de S. Lourenço, dos Anjos e da Maia
São de relevante interesse os areais brancos, que compõem cada uma das baías referidas. A baía de S. Lourenço caracteriza‑se ainda pelo seu formato de concha gigantesca, composta por degraus cobertos de vinhedos, com o mar em fundo.
Santa Maria tem 97 quilómetros quadrados de superfície, com 17 quilómetros de comprimento e 9,5 quilómetros de largura máxima. A sua linha de costa apresenta‑se recortada por baías profundas. A um planalto de baixa altitude segue‑se uma área acidentada, que tem no Pico Alto, com 590 metros, a maior altitude.
Caloura Hotel Resort
Jubileu, Água de Pau
Hotel Açores Atlântico
Av. Infante D. Henrique, Ponta Delgada
Hotel Bahia Palace
Água D’Alto, Vila Franca do Campo
Hotel Marina Atlântico
Av. Infante D. Henrique, Ponta Delgada
Royal Garden Hotel
Rua de Lisboa, S. José
S. Miguel Park Hotel
R. Manuel Augusto Amaral, Ponta Delgada
Aparthotel do Mirante
Caloura, Água de Pau
Aparthotel Barracuda
Praia das Milícias, S. Roque
Furnas Lake‑Villas
Estrada Regional do Sul, Lagoa das Furnas
O Gato Mia
Av. Fulgêncio F. Marques, Ribeira Grande
O Corisco
Rua Manuel da Ponte, Ponta Delgada
Boca de Cena
Largo São João, Ponta Delgada
Alabote
Largo East Providence, Ribeira Grande
Rotas
Rua de Pedro Homem, Ponta Delgada
Restaurante Palm Terrace Cafe
R. Marquês Praia Monforte, Ponta Delgada
Cais 20
Rua Terreiro, S. Roque, Ponta Delgada
O Baco
Rua João Francisco Cabral, Ponta Delgada
Paladares da Quinta
Canada de Santa Bárbara, Rosário
Esta é a maior ilha do arquipélago dos Açores, com uma superfície de 759,41 quilómetros quadrados (65 quilómetros de comprimento por 16 quilómetros de largura máxima). A ilha é composta por dois maciços vulcânicos separados por uma cordilheira central de baixa altitude. O ponto mais alto, Pico da Vara, com 1080 metros, situa‑se no maciço oriental. As grandes crateras das Sete Cidades, Fogo e Furnas apresentam maravilhosas lagoas.
Festa do Espírito Santo
São festas comuns a todas as ilhas, embora divergindo, em alguns pormenores, de ilha para ilha e até dentro da própria ilha. À volta de cada ilha todas as freguesias têm uma capela, chamada Império, com a
respectiva irmandade. São consideradas as festas religiosas mais ca
racterísticas de toda a etnologia insular.
Localização: Todo o arquipélago
Data: De Maio a Setembro, com especial ênfase no sétimo domingo depois da Páscoa
Festa das Vindimas
Acontecimento relacionado com a apanha da uva, com vista à produção de vinho.
Localização: Ilha de Santa Maria
Data: Setembro
Festival Maré de Agosto
É um festival que engloba as várias vertentes musicais, desde o jazz ao rock, até à música tradicional portuguesa. Conta com a participação de artistas de vários países.
Localização: Concelho de Vila do Porto, Ilha de Santa Maria
Datas: 22 a 25 de Agosto
Festa do Senhor Santo Cristo dos Milagres
Realiza‑se todos os anos na ilha de S. Miguel, no quinto domingo da Páscoa, e tem a duração de três dias, nos quais a imagem do Senhor Santo Cristo é venerada, o que já acontece há mais de 400 anos, no Convento da Esperança, em Ponta Delgada. Além das manifestações religiosas que caracterizam estes dias festivos, há também manifestações culturais e desportivas.
Localização: Ponta Delgada, Ilha de S. Miguel
Datas: Quinto Domingo depois da Páscoa
Cavalhadas de S. Pedro
As Cavalhadas de S. Pedro realizam‑se anualmente, na Ribeira Grande. Um rei, ou maioral, cavaleiros, lanceiros, despenseiros e corneteiros, vestidos de trajes coloridos, montados em luzidios cavalos, desfilam pelas ruas na manhã do Dia de S. Pedro.
Localização: Freguesia da Ribeira Seca, Concelho da Ribeira Grande, Ilha de S. Miguel
Datas: 29 de Junho
Idioma
Português
Moeda
Euro
Fuso horário
Menos uma hora do que no continente, excepto no Verão (de Março a Outubro), em que é igual
Documentos
Bilhete de Identidade/Cartão do Cidadão