Foi a primeira capital do Brasil e traz consigo toda a riqueza de um passado incontornável. Fundada em 1549, Salvador da Baía é uma cidade onde os próprios brasileiros se sentem visitantes, tal é a mistura de cores, raças, crenças e cultos. Para os estrangeiros, isto traduz-se numa experiência sensorial ímpar a todos os níveis, ao mesmo tempo que goza das melhores praias e do melhor sol.
A partir da sua fundação, estudada ao pormenor por ser a �porta natural� de uma larga baía segura e abrigada, Salvador tornou-se na capital económica e administrativa do Brasil colonial. Aqui chegavam produtos e mercadorias de todo o Mundo e daqui partiam os produtos brasileiros para exportação. Isto justificava a concentração de escravos negros, maioritariamente oriundos de Angola, que chegavam à cidade a caminho das roças de café, cana-de-açúcar e algodão.
Este é o facto que faz de Salvador a cidade mística que é hoje. Um lugar com personalidade e vibrações únicas, populado por brancos, índios e negros. Um povo mestiço, alegre, criativo, musical e hospitaleiro, graças a esta mistura histórica de raças.
Nessa época nasceu o samba, a lambada e a capoeira, e dessa época sobreviveram algumas iguarias gastronómicas, muitas tradições e rituais e uma forma de estar única e especial.
Salvador é conhecida pela estabilidade e harmonia religiosa.
A população é maioritariamente negra e mantém, orgulhosamente, as suas tradições e crenças. Trouxeram de África o candomblé, uma religião que hoje vive em harmonia e comunhão com o cristianismo trazido pelos portugueses, que é visível nas mais de 300 igrejas da cidade, mas nem sempre foi assim. Nos tempos da escravatura, os negros eram proibidos de manter os seus cultos e, por isso, disfarçavam os seus deuses (os orixás) de santos católicos para poderem continuar a adorá-los. Ainda hoje, por todo o Brasil, são seguidos alguns dos mais de 200 orixás africanos, com destaque para Exu, Xangô, Iansã e, a mais conhecida, Iemanjá.
Os cultos dos candomblés mantêm-se firmes em Salvador e os rituais têm lugar nos terreiros, residências comuns que abrigam várias gerações de devotos. Uma vez por ano acontece a Lavagem do Bonfim, uma festa religiosa em que cristãos e candomblés celebram lado a lado.
Os cultos fundem-se quando, em Janeiro, cerca de 500 baianas, vestidas com o traje típico de origem africana, sobem à Igreja do Bonfim e lavam a escadaria principal com água e alfazema, ao mesmo tempo que entoam cânticos africanos.
Outro símbolo dessa harmonia religiosa é a missa de terça-feira, na Igreja da Nossa Senhora do Rosário dos Pretos. Santo António de Categeró, de origem africana, é venerado nesse dia e o ritual é pautado pela mistura de orações cristãs, com cânticos e ritmos africanos, entoados pelas vozes fervorosas dos fiéis e acompanhados por atabaques, tamborins e repiques. Ao mesmo tempo, nas ruas circundantes, os não devotos reúnem-se ao som do Olodum, esperando pelos fiéis que, depois da missa, vão, geralmente, juntar-se à festa.
O falecido escritor Jorge Amado é apenas um dos muitos ilustres brasileiros nascidos na Baía.
Autor de muitos clássicos adaptados ao mundo das novelas brasileiras, foi distinguido com o Prémio Camões, em 1995. A sua obra está guardada e é relembrada na fundação com o seu nome, que decora uma das principais ruas da cidade. Salvador é especialmente conhecida por ser a cidade-berço da música popular brasileira. Do tropicalismo, passando pelo pagode, samba, forró, axê ou mesmo o reggae brasileiro ou o afoxê, todos estes estilos têm raízes em Salvador.
A música ao vivo acontece um pouco por toda a cidade e os grupos de percussão invadem, frequentemente, as ruas do Pelourinho. Talvez por isso não seja de estranhar que tantos artistas brasileiros sejam da Baía, entre eles Caetano Veloso, João Gilberto, Maria Bethânia, Daniela Mercury ou Ivete Sangalo...
Os brasileiros, especialmente os da Baía, são conhecidos por serem um povo simples, festivo e muitíssimo animado, que faz da vida um samba constante. Talvez por isso, Salvador ofereça uma das melhores passagens de ano do Mundo e, com certeza, o melhor Carnaval de rua tradicional. A noite de 31 de Dezembro é recheada de momentos na praia e no Farol da Barra com atuações musicais, muita dança, alegria e boas energias. Já o Carnaval é bem diferente do que sempre ouvimos falar no Brasil e que, normalmente, remete para o Rio de Janeiro.
Na Baía, Carnaval é sinónimo de festa na rua, ao longo da cidade, em que as pessoas seguem o caminho dos Trios Elétricos. Estes �camiões� são
palcos ambulantes que fazem um percurso de 25 km e são seguidos por quase dois milhões de festeiros, que estão um ano à espera do Carnaval do ano seguinte. Não há escolas de samba nem desfiles de plumas. Há, sim, muita dança de axê e bastante alegria.
A gastronomia baiana é, como tudo na cidade, fruto da mistura de ingredientes africanos com ingredientes brasileiros. A culinária dos escravos sobreviveu graças à arte e ao engenho das mulheres do candomblé que disfarçam os pratos ao gosto dos patrões da roça. No tabuleiro da mulher baiana há sempre vatapá, caruru, mungunzá e acarajé. Este último é o bolo mais famoso da Baía. É feito à base de feijão-frade, recheado com vatapá e camarão seco, frito em azeite de dendê e temperado com pimenta. Em todas as esquinas vai encontrar uma baiana com o seu recheado tabuleiro, pelo que só terá de se limitar a provar... Para além disso, habitue-se ao facto de que estar na praia não implica não ter o que comer.
Enquanto relaxa no areal, os vendedores trazem-lhe artesanato e acessórios, mas também sumos naturais, cerveja fresca, água de coco, camarão grelhado, queijo assado na brasa e frutos secos. Não há praias mais deliciosas!
A expressão é bem conhecida e usada frequentemente pelos brasileiros em tom de desafio. O que não deve saber é que tem um significado muito particular, com origens no tempo da escravatura... Os escravos negros tinham o truque de esconder armas por baixo das muitas saias que as mulheres negras usavam. Assim, quando se dava algum conflito na sanzala ou mesmo entre escravos e capatazes, as mulheres faziam rodar a saia, que levantava, e, ao mesmo tempo, os homens retiravam de lá as armas. Rodar a baiana era sinal de que ia haver confusão...
Hotel Vila Galé,
Ondina
Pestana Convento do Carmo,
Pelourinho
Pestana Bahia Lodge,
Bairro Rio Vermelho
Catussaba Resort Hotel,
Praia da Guarita
Hotel Sol Bahia,
Praia de Patamares
Gran Hotel Stella Maris,
Praia de Stella Maris
Hotel Sol Barra,
Porto da Barra
Hotel Sol Victória Marina,
Vitória
Hotel Villa Bahia,
Pelourinho
Casa das Portas Velhas,
Pelourinho
Acarajé da Dinha, da Regina e da Cira
São os três melhores bolinhos de feijão-fradinho da cidade. Experimente e decida de qual gosta mais.
Boi Preto
Um dos melhores puros rodízios brasileiros da cidade, ideal para festas e grupos.
O sorriso da Dadá
Dadá é a cozinheira mais simpática de Salvador, mantendo o seu restaurante como um dos familiares e acolhedores da cidade.
Iemanjá
Restaurante típico de mariscos e moqueca, com um atendimento exemplar e bom ambiente.
O local mais diversificado e delicioso para fazer compras é o Mercado Modelo, na parte baixa da cidade. São dois andares de puro artesanato local, quadros, instrumentos musicais, roupas e acessórios de todas as cores, formas e feitios. Porém, em toda a cidade há vendedores ambulantes jovens e adultos. Privilegie os vendedores identificados. Normalmente, são crianças ou jovens que são integrados em programas de ajuda do Governo e, por isso, têm alguma coisa para vender em vez de estarem apenas a pedir na rua.
Moeda
Real
Documentos
Passaporte com validade mínima de 6 meses a contar da data de regresso. Cidadãos portugueses não necessitam de visto para estadias inferiores a 3 meses.
Fuso horário
UTC/GMT -2/- 3 horas
Tropical, quente e ligeiramente húmido. O Verão, entre Dezembro e Março, é seco com temperaturas a rondar os 35� C. No Inverno, entre Junho e Agosto, chove bastante, apesar da temperatura nunca ser inferior a 24� C.