página anterior
ESPECIAL Dias de folia - Carnaval em Portugal

Em tempo de crise, o esp�rito de festa mant�m-se vivo, dando continuidade aos festejos de carnaval. De norte a sul do pa�s, s�o v�rios os cortejos, as m�scaras e os bonecos que respeitam a tradi��o, enchendo as ruas de cor e fantasia.

História

A festa de carnaval surgiu “pela mão” da Igreja Católica, no século XI, aquando da instituição das celebrações da Semana Santa, antecedida por 40 longos dias de jejum: a Quaresma. Durante os três dias que antecediam este período de penitência e privação, as pessoas uniam-se, enalteciam os seus costumes e tradições, organizando uma grande festa que decorria nos chamados “dias gordos”, principalmente na terça-feira. O povo trocava presentes, comia e bebia de manhã à noite e elegia um rei por brincadeira. Na época do Renascimento, surgiram os bailes de máscaras e as fantasias. A origem de carnaval está relacionada com a junção de duas palavras latinas “carnis” (carne) e “valles” (prazeres) e o evento tem a duração de 3 dias.

Nós por cá...

Em Portugal, as tradições carnavalescas são cumpridas à risca, razão pela qual a expressão “a vida são dois dias e o carnaval três” soma e segue ao mesmo ritmo com que se preparam os festejos em várias regiões do país. Sempre com a alegria e o simbolismo próprio desta época, organizam-se os corsos, enfeitam-se bonecos e importa-se o samba da Cidade Maravilhosa: o Rio de Janeiro, mas nem por isso perdemos a nossa identidade cultural.

Torres Vedras Torres Vedras

O carnaval de Torres Vedras é conhecido como sendo “o mais português de Portugal”. A festa mantém-se fiel às tradições que a popularizaram na rua, desde 1923, altura em que se fez a receção ao rei e ao qual se juntou, um ano mais tarde, a figura da rainha. O modelo dos reis do carnaval ainda hoje persiste, mas fazendo jus às sátiras sociais e políticas, é composto por duas figuras masculinas. O centro da cidade serve de palco a brincadeiras, aos corsos nos quais participam os carros alegóricos, de grandes dimensões, as matrafonas, os cabeçudos, os grupos de desfile e os Zés Pereiras, terminando com o enterro do Entrudo (condenação do rei). Ao som de música popular portuguesa, milhares de figurantes juntam-se ao desfile ou escolhem outro dos diversos cenários preparados para a ocasião, exemplo do palco dos DJs ou de um circuito de bares, assegurando a continuidade da festa durante a noite, quando são eleitos os melhores mascarados. Neste carnaval não há espaço para introduzir hábitos ou costumes oriundos do estrangeiro. Aqui, assiste-se a um Entrudo com uma forte carga satírica, à base de caricaturas de personalidades públicas (por norma políticas), culminando com fogo-de-artifício.

Alcobaça Alcobaça

Contrariando o velho ditado, em Alcobaça o carnaval não são três dias, mas sim cinco. A cidade sempre festejou em grande esta época do ano, não esquecendo os desfiles e os carros alegóricos que, mesmo pouco elaborados, enchiam de magia as ruas do rossio. Embora fosse um entrudo popular e “bairrista”, a verdade é que, durante algum tempo, os corsos não mobilizaram as “gentes” da região. Apenas as crianças se dedicavam a esta causa. Em 1998, depois de um grupo de jovens -  Claustrofolia -  estabelecer uma parceria com a escola de samba Beija-Flor, este evento ganhou contornos dignos de um carnaval brasileiro. Estava lançada a fórmula de sucesso que, durante vários anos, juntou miúdos e graúdos. Hoje em dia, os festejos do entrudo em Alcobaça ocorrem, basicamente, à noite numa tenda gigante instalada junto ao vmosteiro. Na 3ª edição do Folia & Algazarra é lançado um tema para inspirar os foliões a criarem os seus próprios disfarces. O carnaval inicia-se com um baile dedicado à população sénior, segue-se o cortejo que junta centenas de crianças dos jardins de infância e escolas do primeiro ciclo, sendo os serões animados pelos Engenheiros do Samba. Nas principais freguesias do concelho, a festa também é esquecida. Em S. Martinho do Porto e na Benedita assista aos corsos noturnos, enquanto em Pataias não perca o encanto do corso infantil e do desfile. Na quarta-feira de cinzas realiza-se “o enterro do entrudo”, que mantém grande popularidade e tradição. Já sabe: “Quem passa por Alcobaça, não passa sem cá voltar”.

Ovar Ovar

Embora seja considerado uma das grandes atrações desta zona, o carnaval de Ovar começou por ser um produto espontâneo, realizado anualmente por vontade do povo, sem qualquer tema como fio condutor. Basicamente, a festa consistia numa luta de farinha, ovos e outros ingredientes, permitindo uma brincadeira saudável. Após a Segunda Guerra Mundial, a população oriunda dos vários bairros vizinhos organizou-se e, em jeito de disputa, começou a criar máscaras e carros alegóricos originais. Já na década de 80, a escola Costa de Prata saiu à rua com o samba Carnaval Vareiro. Estava lançado o “motor de arranque” para um dos melhores carnavais do país. Hoje, este Entrudo atrai diversos visitantes para assistirem ao cortejo, com mais de um quilómetro, marcado pela cor e resistindo à contratação de figuras públicas para animar a festa. Haja samba no pé!

Sesimbra Sesimbra

O carnaval é um dos pontos altos da vila de Sesimbra. Num ambiente lúdico, onde não faltam a música, a cor e os movimentos das escolas e grupos de samba – que abordam temáticas políticas e sociais –, os desfiles reúnem mais de mil participantes junto à praia. Ao longo de vários meses, muitos voluntários das associações trabalham com afinco para um programa rico em cor e brilho que inclui a participação de estabelecimentos de ensino e de educação, o desfile de palhaços amadores e a Tripa Mijona – grupo composto por jovens do sexo feminino. As tradições populares do concelho não são esquecidas através das manifestações satíricas – conhecidas como as carvalhadas e as cegadas – e os bailes noturnos, a cargo das coletividades. Depois de três dias de folia, o Entrudo termina com o enterro do bacalhau.

Guia do Viajante

ver mapa maior

Torres Vedras

Onde ficar

Hotel Termas do Vimeiro

Camporeal Golf Resort & SPA

Areias do Seixo

Hotel Golf Mar, Maceira

Hotel Atlântico Golfe, Peniche

Hotel Praia Norte, Peniche

Aldeamento Turístico Bom Sucesso- Design Resort, Leisure & Golf, Óbidos

Praia D’El Rey Marriott Hotel, Óbidos

Praia D’El Rey Holiday Residences, Óbidos

Onde comer

Adega do Miguel, Ponte de Rol

Basílio’s, Torres Vedras

Chez Bernard, Santa Cruz

Grill Prata, Santa Cruz

Moinho de Paúl, Torres Vedras

O Barracão, Torres Vedras

Os Severianos, Torres Vedras

Praia Azul, Praia Azul

Gastronomia

Uma vez neste concelho, não deixe de provar os tradicionais pastéis de feijão. Criados nos finais do século XIX por D. Joaquina Rodrigues, sendo ela a primeira pessoa a comercializá-los, a receita deste doce atravessou gerações, tendo a marca sido vendida nos anos 80, passando os pastéis a ser distribuídos com a denominação comercial de Brazão. Hoje, são várias as fábricas que produzem esta iguaria.

Alcobaça

Onde ficar

Hotel de Santa Maria, Alcobaça

Hotel D. Inês de Castro, Alcobaça

Challet Fonte Nova, Alcobaça

Your Hotel & SPA, Alcobaça

Casa da Padeira, Aljubarrota

Hotel Rural Quinta do Pinheiro, Valado de Frades

Hotel Villa Batalha, Batalha

Hotel Miramar, Nazaré

Onde comer

Frei Bernardo

A Casa da Sofia

António Padeiro

Adega do Aires

O Monge Adega Típica

O Farol, S. Martinho do Porto

O Amável

O Trindade

Portas de Fora

Gastronomia

Nestas paragens, não deixe de provar alguns doces típicos da região. Destacamos o pudim de ovos dos frades do Convento de Alcobaça, bem como os biscoitos, as broinhas, as trouxas de ovos e as grades da cidade. Se tiver tempo, visite Aljubarrota e não resista às queijadas nem aos pastéis.

Ovar

Onde ficar

Aquahotel

Hotel Meia-Lua

Furadouro Boutique Hotel Beach & SPA

WR Hotel São João da Madeira

Hotel Dighton, Oliveira de Azeméis

Eurosol Estarreja Hotel & SPA

Hotel La Fontaine, Esmoriz

Jardins da Ria, Torreira

Onde comer

Oxalá

Palheiro

Passo do Horto

Oficina do Garfo

O Concha

Ferreirinha

A Tonoaria

A Gaivota

Aldeia Nova

Arcada

Cardo

Gastronomia

Se é apreciador dos doces típicos portugueses, renda-se ao sabor de uma receita com mais de 200 anos de história: o pão-de-ló de Ovar. Confecionado tradicionalmente por diversas pastelarias da região, este bolo tem como principal característica a falta de fermento na sua composição, comendo-se à colher numa tigela de barro.

Sesimbra

Onde ficar

Sesimbra Hotel & SPA

Sana Sesimbra Hotel

Hotel do Mar

Hotel dos Zimbros

Casa da Terrina

Casal do Frade, Aldeia do Meco

Quinta do Miguel, Aldeia do Meco

Villa Oasis, Azeitão

Montado Hotel & Golf Resort, Palmela

Onde comer

O Canhão II

O Rodinhas

Ribamar

Praiamar

Virgilinda

A Tasca do 13

O Modesto

Âncora

Angelus

Acácio, Aldeia do Meco

Peralta, Aldeia do Meco

Gastronomia

A península de Setúbal é uma região demarcada pela qualidade generosa dos vinhos, destacando-se o moscatel, uma bebida doce que faz sucesso aqui e além-fronteiras.

Texto: Carla Rodrigues
edição 5 a próxima viagem